sábado, 14 de maio de 2011

Resumo sobre o filosofo Sócrates e o Blog

Sócrates é talvez a personagem mais enigmática de toda a história da filosofia. Talvez pelo simples facto de não ter escrito nem uma linha. Apesar disso, pertence ao número de Filósofos que exercem maior influência no pensamento Europeu. Mesmo quem não possui muitos conhecimentos de Filosofia, conhece certamente este personagem e principalmente toda a tragédia da sua morte. Nesta página retratamos a vida de Sócrates no que diz respeito à sua educação, sua vida familiar,  sua aparência, seu carácter, seu círculo de amigos,seus métodos filosóficos , suas doutrinas, obras , sua morte, pensamentos e a relação que estabelecia com os seus discípulos além de fotos  e videos. 

O começo da vida de Sócrates

Sócrates nasceu em 470 a.C. (ou talvez em 469 a.C.) na cidade de Atenas, perto da região de Alopeke. Era um vilarejo razoavelmente pobre, que ficava fora das muralhas de cidade a mais ou menos 30 min de caminhada. Seu pai era um escultor, especialista em entalhar colunas nos templos, sua mãe uma parteira. 
Qualquer pessoa que tivesse de trabalhar para sobreviver, nesta época, não era muito bem vista, afinal os atenienses deixavam seus trabalhos para os escravos. A família de Sócrates não era escrava, mas não possuíam também qualquer escravo que trabalhasse por eles, viviam por conta própria procurando por locais onde precisassem de seu trabalho. Entretanto a vida não era tão difícil, naquela época Atenas estava ficando cada vez mais rica, e os trabalhos de construções apareciam a toda hora. 
Sócrates vivia uma vida normal, tentando aprender o ofício de seu pai, o que ele achava complicado demais, e tendo uma vida comum. Não foi para a escola, nem aprendeu a ler, ou a escrever, embora tivessem algum dinheiro os professores eram caríssimos, chegou a fazer alguns cursos, como música ou condicionamento físico. Muitas vezes os amigos zombavam dele pela sua incapacidade de trabalhar o mármore, mesmo quando aparecia uma oportunidade de ajudar o seu pai, sempre acabava atrapalhando tudo. 
E ele teria tido uma vida comum, aprendendo a toda custa a conseguir entalhar o mármore, se não fosse um grande amigo seu. Havia perto de Atenas um grande Oráculo, um local onde as pessoas iam para fazer um pergunta sobre o futuro. Era o Famoso Oráculos de Delfos, onde as sacerdotisas do deus Apolo faziam adivinhações sobre o futuro. Toda pessoa, ao menos uma vez na vida, teria chance de ir lá fazer a sua pergunta. 
Eis que este amigo de Sócrates, ao chegar para fazer a pergunta , perguntou uma coisa não muito comum: "Eu quero saber quem é o homem mais inteligente de todo o mundo" e a resposta foi ainda mais inesperada: "O homem mais inteligente do mundo é o seu amigo, Sócrates" 
Voltou então o seu amigo para Sócrates contar o ocorrido, quando este ouviu achou que havia algo errado. "Mas como? Ou os deuses mentem ou eu realmente sou o homem mais inteligente do mundo?" porém ele tinha certeza de que não era tão inteligente assim, lembrou-se então que havia um professor por aquelas redondezas que diziam ser muito inteligente, juntou todas as economias que tinha feito e foi pedir um aula para tal homem, com a certeza de que provaria que este professor era mais inteligente do que ele, mero filho de artesão. 
Acontece que ele ouviu durante horas as palavras do professor e a cada afirmação do professor ele lhe perguntava o porquê e o como havia aprendido aquilo. Descobriu que o professor apenas repetia o que haviam ensinado para ele, e que nada havia descoberto ou aprendido por conta própria. Eles apenas repetiam, e nem mesmo sabiam se quem tinha ensinado aquilo para eles sabiam mesmo ou só tinham inventado. 
Meio decepcionado Sócrates voltou para casa e pediu dinheiro ao seu pai gostaria de ir ver um outro professor, mais famoso que aquele e que era de grande prestígio entre os mais ricos de Atenas, seu pai, vendo que aquilo era importante para o filho, aceitou e deu parte de suas economias a ele. 
Mas chegando à casa de tal professor tudo se repetiu. Ele não havia como provar nada do que dizia, e nunca havia visto os feitos que contava, apenas repetia e decorava o que os seus professores haviam falado. 
Sócrates ficou irado, aquelas pessoas ficaram ricas apenas repetindo o que lhes disseram, e nunca aprenderam nada, ele sabia que ele era mais inteligente que elas mas sabia que não era o homem mais inteligente do mundo, voltou então para casa, se havia alguém que ele sabia que era mais inteligente do que ele era o seu pai ele era o melhor escultor da região. 
Ficou então a observar seu pai entalhar a pedra e percebeu que aquilo era um trabalho repetitivo, que havia sido ensinado pelo seu pai e pelo seu avô e que nada havia de novo no que ele fazia. Saiu ele então pela estrada a procurar homens sábios e tentar provar que ele não era o homem mais inteligente do mundo. 
Acabou convivendo com grandes filósofos, e a cada vez que encontrava um deles um grupo de pessoas se aglomeravam em volta para ver o que conversavam e logo com suas perguntas de por quê, mas como, me prove, acabavam por deixar o filósofo irritado, e Sócrates provava que o famoso filósofo não sabia direito o que estava falando. 
Com isso um grupo de jovens passa a segui-lo, várias e várias pessoas, e o número cada vez aumenta mais todos pediam para que ele ensinasse o como ficou tão inteligente , ofereciam muito dinheiro mas ele dizia que não poderia aceitar tal dinheiro , pois ele não era digno de ensinar, e tudo o que ele havia aprendido tinha sido por conta própria, e por tantas conversas com outras pessoas e consigo mesmo. 
Isso logo ficou conhecido como dialética , a arte de aprender conversando com todo mundo. ( di = dois / logos = conhecimento , então dialética é a conversa entre dois conhecimentos ) 
Mas foi somente junto com a sua mãe que ele pôde descobrir a verdadeira função ele, conta-se que um dia ele foi levado junto com a sua mãe para ajudar em um parto complicado, ele começou a pensar no trabalho dela, ela não deveria criar o bebê, apenas ajudar a ele nascer e tentar diminuir a dor do parto, ao mesmo tempo, se ela não tirasse o bebê, logo ele iria acabar morrendo, e igualmente a mãe morreria. 
Sócrates então começou a pensar que ele também, de certa forma, era um parteiro, o conhecimento estava dentro da pessoa pois ele era capaz de aprender por si mesma, mas ele poderia ajudar esse conhecimento a nascer e tentar diminuir a dor disso por isso mesmo até hoje os ensinamentos de Sócrates são conhecidos por maiêutica (que é parteira em grego). 
Assim ele ficou muito famoso em toda a região, e conseguiu muitos e muitos discípulos, mas logo os antigos professores foram ficando irados, como aquele homem poderia ensinar de graça e pregar que não se precisavam de professores como eles. E ainda mais, ele negava que deveria se acreditar em algo, era preciso verificar se aquilo realmente era verdade, logo Sócrates tinha muitos inimigos. 

Vida Familiar

Sobre a vida familiar de Sócrates possuímos alguns detalhes nem sempre concordantes, o que é certo é que Sócrates desposou Xantipa. Alguns autores pretendem que ele teria sido primeiro marido de Mirto, filha de ou neta de Aristides, o Justo, outros afirmam mesmo que ele teria sido simultaneamente o marido de Mirto e de Xantipa; sendo a monogamia uma instituição ateniense, pretendeu-se que Sócrates teria aproveitado um decreto excepcional que incitava os Atenienses à poligamia a fim de aumentar a taxa de natalidade de uma Atenas esgotada pela guerra e pela doença; na realidade parece mesmo que o decreto em questão reconhecia, em certas condições, o título de homens livres a filhos nascidos fora do casamento. O mau carácter de Xantipa era proverbial em toda a Antiguidade, ela deixou a reputação de uma mulher irascível. Xenofonte diz-nos que ela era a mais insuportável das mulheres passadas, presentes e vindouras e não faltam anedotas que no-la representam sempre a gritar, atirando um vaso de água à figura do seu marido ou virando a mesa ao contrário quando Sócrates convida um amigo para jantar. Sócrates teve a seu respeito uma atitude paciente e resignada e não viu provavelmente nela a ajuda que lhe era necessária para levar a bom termo o seu dever cívico de paternidade. Alcibíades espantava-se com a paciência de Sócrates perante esta esposa sempre ocupada em gritar:
«E tu, diz-lhe Sócrates, não suportas os gritos dos teus gansos?  Sim, responde Alcibíades, mas eles dão-me ovos e gansinhos.  Pois bem, replica Sócrates, Xantipa dá-me filhos.» Interrogado no sentido de se saber se o casamento era preferível ao celibato, Sócrates respondeu: «Qualquer que fosse o partido que escolhêsseis, vós arrepender-vos-íeis dele». ( in Jean Brun, página 31)
É conhecida a passagem do princípio do Fédon, em que Sócrates vê a sua mulher pela última vez. Rodeada dos discípulos Xantipa proferiu maldições e discursos absolutamente do género habitual nas mulheres, ela disse:
"Eis, Sócrates, a última vez que conversarão contigo os que te estão ligados, e tu com eles!" ( in Jean Brun, página 31)
Sócrates lançou um olhar para o lado de Críton: "Críton, diz ele, levem-na para casa!"( in Jean Brun, página 31) E enquanto que a levavam alguns dos homens de Críton, ela vociferava batendo-se no peito.»
Não é impossível, também, que a lenda tenha feito de Xantipa um carácter caricatural não sendo senão poucas relações com a verdade.
Sócrates teve três filhos, o mais velho Lâmprocles, Sofronisco e Menéxeno; segundo certas tradições, uns seriam de Mirto e os outros de Xantipa, mas nada permite pronunciar-se sobre este ponto com certeza.

Sócrates - O Filósofo de Atenas - Documentário - Curta Metragem - Legendado

Aparência Física de Sócrates

Sócrates era feio, o que espantava fortemente os seus contemporâneos para quem o corpo era o envelope e a imagem da alma; a beleza física devia acompanhar a beleza moral. O próprio Sócrates admitiu ser feio, pois tinha o nariz achatado com os buracos à mostra, os lábios espessos, os olhos salientes e esbugalhados. A pessoa de Sócrates era pois uma espécie de escândalo pela sua própria manifestação tanto ela parecia trazer na carne os estigmas da paixão, e quando o fisionomista Zopiro o viu pela primeira vez declarou-o imbecil de nascença, inculto e imperfectível.

Carácter de sócrates

A coragem de Sócrates fazia par com uma paciência, uma simplicidade e um domínio sobre si próprio a toda a prova; a sua resistência à fadiga, vimo-lo, era célebre, mas esta resistência permitia a Sócrates fazer boa figura em todos os banquetes, ser um conviva agradável e jovial, bebendo tanto quanto  os seus companheiros sem nunca cair como eles na embriaguez, proeza que enchia Alcibíades de admiração. Reprovaram frequentemente Sócrates por ter tido como amigos debochados como Alcibíades, que o perseguia logo nos seus primeiros passos, ou Crítias, que havia de tornar-se um dos Trinta Tiranos, mas é preciso sublinhar com Xenofonte, que durante todo o tempo em que Alcibíades e Crítias seguiram o ensinamento de Sócrates, este conseguiu pôr um freio às suas paixões que não se desencadearam verdadeiramente senão a partir do momento em que eles se desligaram do seu mestre. A cólera, a irritação, o ódio eram desconhecidos para Sócrates; um dia um contraditor, já sem argumentos, deu uma bofetada em Sócrates e este respondeu-lhe tranquilamente:
     «É extremamente aborrecido não saber quando é que é preciso pôr um capacete antes de sair.»( in Jean Brun, página 34)  Como se espantavam com a sua resignação quando alguém acabava de lhe dar um pontapé, Sócrates justificava-se: «Mas o quê! Se fosse um burro que me tivesse dado um pontapé, iria eu mover-lhe um processo?» ( in Jean Brun, página 34)
        A apresentação de Sócrates era sempre modesta, simultaneamente porque Sócrates era pobre e porque era simples; nunca o viram entregar-se a qualquer exibicionismo do modo de vestir negligenciado como haviam de fazer os Cínicos. Sócrates não foi um vaidoso com uma qualquer fingida humildade. Os mantos de púrpura, os estofos de prata e de ouro são úteis a actores que vão representar a tragédia mas perfeitamente inúteis para a felicidade da vida, no entanto outros representam igualmente com andrajos e é por isso que Sócrates diz àquele filósofo cínico que exibia os buracos do seu vestuário:
     «Eu vejo a tua vaidade através dos buracos do teu manto.» ( in Jean Brun, página 34)  
        Sócrates não procurava provocar o escândalo, se a alguns ele parecia escandaloso, era sempre contra a sua vontade; nada lhe era mais estranho que a arrogância. Se Sócrates via alguns objectos expostos pelos mercadores dizia:
«Quantas coisas de que não tenho necessidade!»( in JeaBrun, página 35)